Cientistas transformaram algodão em pólo eletrônico
por Redação Galileu
2- Durante o uso, as ações de atrito e pressão exercidas contra o corpo levam à ruptura de parte destas microcápsulas
3- A substância ativa sai da microcápsula e entra em contato com a pele ou libera ao ar um perfume ou substância protetora, como um bacteriostático
Exemplos:
Calcinha contra celulite O produto contém microcápsulas com substâncias anticelulite (cafeína, retinol A, chitosan e mentol) que, segundo os fabricantes, duram cerca de 20 lavagens, mas não dispensam o uso de outros cremes, exercícios e outros cuidados contra a celulite
Mais do que exercício Roupa de ginástica com microcápsulas de cremes que, segundo o fabricante, combate a celulite
Soutien com hidratante Lingerie com substâncias microcapsuladas à base de aloe vera, planta medicinal com propriedades umectantes e regeneradoras. Segundo o fabricante (Triumph), não deixa a pele úmida e sua aplicação pode ser feita junta ou alternada com outros tratamentos. Dura 20 lavagens manuais
Proteção contra bactérias Calcinha com forro antibacteriano que, segundo o fabricante (Hope), previne contra a proliferação de bactérias e odores desagradáveis e mantém a propriedade durante sua vida útil, mesmo após uso intenso e lavagens freqüentes
Protetor solar Linha de tecidos da Track&Field que promete proteger o corpo contra a ação de raios ultravioleta, além de evitar a proliferação de bactérias e odores desagradáveis
Repelente de vestir Linha de roupas femininas e masculinas (calças, camisas, shorts, vestidos, saias, sapatos, bonés etc.)que promete manter mosquitos, moscas, formigas, bicho-de-pé e outros insetos longe, mesmo debaixo de chuva, e sem o cheiro característico de repelentes comuns. O produto, vendido pelo site www.orvis.com, não está disponível no Brasil
Contra germes e suor Camiseta da Adidas com tecido de secagem rápida (que transporta a umidade para longe do corpo) em regiões em que o corpo libera maior quantidade de suor. De acordo com o fabricante, possui uma malha especial localizada em áreas de maior calor, que é composta de fibras condutoras feitas com prata, que maximiza a dissipação do calor e ainda impede a proliferação de microorganismos
Dos pés à cabeça O tênis suíço MBT, com sola feita em resina e inclinação especial, promete corrigir a postura, combater o estresse, enrijecer e tonificar os músculos da perna, nádegas, barriga e costas, além de melhorar a circulação (evitando varizes e celulite). O produto não está disponível no Brasil. www.swissmasaius.com/
Cientistas conseguiram criar um minúsculo tecido metálico a partir de conexões de cobre. Este tecido metálico poderá, em última instância, ser utilizada para a fabricação de tecidos com sensores e outros circuitos eletrônicos incorporados.
Malha metálica
Jonathan Engel e Chang Liu, da Universidade de Illinois, Estados Unidos, construíram sua malha metálica utilizando técnicas de fabricação utilizadas pela indústria de chips. Primeiro, eles depositaram uma camada com um desenho padronizado, feita com um material sensível à luz, criando um molde de buracos interconectados. Então eles preencheram esses buracos com cobre. Várias repetições desses passos deram origem aos elos acabados.
Os cientistas utilizaram esse método para criar uma malha de anéis e retângulos intertravados. Os dois tipos de elos medem cerca de 500 micrômetros de diâmetro. O tecido metálico tem uma resistência à tração similar ao nylon, pode ser dobrado em qualquer formato e se estica até aumentar seu tamanho em um terço. Ele também conduz eletricidade com facilidade.
Os pesquisadores estavam tentando descobrir materiais flexíveis nos quais fosse possível incorporar sensores eletrônicos, explica Liu. "Uma grande quantidade de pesquisas sobre sensores flexíveis utiliza substratos que somente dobram em um eixo," explica ele. "Nós queremos ser capazes de ter coisas totalmente flexíveis em três dimensões."
Sensoriamento ou aquecimento
O tecido metálico pode ser utilizado para se fabricar roupas inteligentes, diz Liu. "Nós estamos interessados em talvez utilizá-lo como um tecido flexível que tenha propriedades como sensoriamento ou aquecimento."
Poderá também ser possível construir a micro-malha metálica utilizando outros materiais. "Nós estamos interessados em fabricá-la a partir de polímeros ou uma mistura de materiais condutivos e não-condutivos," diz Liu. "É isto que nossa pesquisa irá fazer agora."
Componentes eletrônicos na escala de microchips poderão um dia ser construídos diretamente nos elos da malha metálica, afirma Liu. A técnica de manufatura utilizada torna isso possível. E isto deverá permitir que sensores ou componentes de comunicações ou de potência sejam completamente incorporados no interior do tecido metálico.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010110070314
Imagine uma roupa que evite que você pegue resfriados ou gripe, que o proteja da poluição e que seja capaz de destruir gases nocivos à saúde. E, de quebra, que nunca precise ser lavada.
Foi justamente uma roupa assim que um grupo de pesquisadores da Universidade de Cornell, Estados Unidos, acaba de criar. Olivia Ong, Juan Hinestroza e Hong Dong recobriram as fibras do tecido com nanopartículas que conseguem cumprir todas estas funções.
Nanotecnologia no mundo da moda
"Nós acreditamos que esta seja a primeira vez que a nanotecnologia entra no mundo da moda," diz Hinestroza, que é especialista em fibras.
As nanopartículas eletrostaticamente carregadas formam uma camada protetora ao redor das fibras de algodão dos ombros, mangas, capuz e nos bolsos da jaqueta. Além das funcionalidades anti-bacterianas, as nanopartículas também dão a cor ao tecido, que não precisa ser pintado - a cor é produzida pela reflexão da luz nas nanopartículas.
Roupa anti-bacteriana
As nanopartículas são feitas de prata e paládio. A prata possui qualidade anti- bacterianas naturais e estas propriedades são reforçadas quando o metal forma partículas muito pequenas. Medindo de 10 a 20 nanômetros cada uma, essas nanopartículas de prata também diminuem a necessidade de se lavar o tecido, já que, além de destruir bactérias, as pequenas dimensões das partículas evitam o acúmulo de sujeiras e manchas.
Já as partículas de paládio são menores - entre 5 e 10 nanômetros de diâmetro. O paládio é um dos melhores catalisadores que existem, sendo capaz de oxidar os gases presentes na poluição. Essa propriedade da roupa anti-bacteriana poderá ser muito útil para pessoas alérgicas, que estarão menos sujeitas aos efeitos dos gases tóxicos principalmente nas grandes cidades.
Mas não espere encontrar essas roupas "high-tech" na próxima coleção de primavera. Um metro quadrado do tecido embebido em nanopartículas custa um pouco mais de US$10.000,00 - sem contar os aviamentos e o trabalho da costureira.
Explorado há milhares de anos para a fabricação de tecidos, os fios de seda agora estão abrindo caminho para novas tecnologias ópticas, com aplicações que vão da detecção de bactérias até a fabricação de um novo tipo de célula solar.
Descoberta por acaso
A descoberta de um uso tão promissor para um material tão antigo surgiu praticamente por acaso, quando Fiorenzo Omenetto, um especialista em raios laser de femtosegundos encontrou-se com David Kaplan, um cientista muito conhecido por suas experiências com robôs biomiméticos (veja Robôs químicos assumirão qualquer forma e serão biodegradáveis).
Kaplan perguntou a Omenetto se ele achava que um laser pulsado seria capaz de fazer cortes precisos em minúsculos pedaços de material feito com fios de seda. Kaplan está estudando esse material para utilizá-lo em córneas artificiais.
Quando os dois foram para o laboratório tentar encontrar uma resposta para a questão, Omenetto logo percebeu que o material à base de seda, trabalhado com precisão com o laser pulsado, teria aplicações claras no campo da óptica.
Aplicações ópticas da seda
As oportunidades se abriram porque o material à base de seda mostrou-se capaz de sustentar padrões de furos com dimensões entre 400 e 700 nanômetros - justamente a faixa de comprimentos de onda da luz visível. Logo, o material é um meio ideal para a manipulação da luz.
Agora Kaplan e Omenetto estão levantando todas as possibilidades de uso da óptica à base de seda - possibilidades que vão da detecção de bactérias danosas à saúde até a fabricação de aparatos para aumentar a eficiência das células solares.
Natural e verde
Como a seda é totalmente natural e processada com água em temperatura ambiente, os produtos em potencial poderão ser "verdes" e limpos em relação ao meio ambiente, podendo ser implantados no corpo humano e até serem comidos.
O novo material óptico à base de seda é produzido aquecendo-se o fio de seda para purificar a proteína de que ele é formado, e derramando o material liquefeito em um molde. "Nós esperamos que ele se cristalize e seque, o retiramos do molde e então utilizamos," diz Omenetto.
Cor estrutural
E qual o interesse de um material cheio de furos para a óptica? Para entender isso, basta se lembrar da iridescência das asas de uma borboleta, por exemplo. Elas não possuem pigmentos químicos de diversas cores - em vez disso, elas têm uma floresta de nano-árvores, que capturam a luz branca, filtram e selecionam uma determinada cor, que é refletida. É o que os cientistas chamam de cor estrutural.
Se você pingar um líquido sobre a asa da borboleta, ele irá se misturar com as nano-árvores e alterar a forma como as nanoestruturas refletem a luz - ou seja, fará mudar a cor da asa da borboleta.
Biossensores e células solares
O mesmo mecanismo poderá ser utilizado para a detecção de agentes patogênicos, como bactérias. Ao aderirem a um biossensor feito com o material à base de seda, as bactérias farão o material mudar de cor. E como o material é feito de seda, um sensor assim poderá ser colocado dentro da embalagem de alimentos, porque não fará mal nenhum se ele chegar a ser comido junto com o produto.
As células solares poderão ser beneficiadas pela manipulação dos diversos comprimentos de onda, que poderão ser dirigidos para os diversos materiais fotoelétricos.
Nas chamadas células solares multijunção, vários tipos de semicondutores são conjugados de forma a capturar vários comprimentos de onda da luz solar. Filtros nanométricos poderão dirigir essa luz, de forma a aumentar a eficiência de coleta de cada um desses materiais.
Por Agostinho Rosa (http://www.inovacaotecnologica.com.br/boletim/boletim.php?artigo=boletim-080329.html)
Linho e algodão são fibras vegetais que têm vestido a humanidade por milênios. Já o bambu, outra planta tão interessante quanto estas e muito mais fácil de cultivar, nunca conseguiu um lugar entre as fibras para tecidos.
Isso agora começa a mudar. Químicos descobriram uma solução para os dois maiores problemas das fibras de bambu, que impedem seu uso em larga escala para a fabricação de tecidos e roupas: a falta de proteção contra os raios ultravioleta e o ambiente favorável ao crescimento de bactérias.
O tratamento torna as fibras de bambu mais resistentes aos raios UV, que não atingem a pele de quem veste as roupas, e não apenas mais resistentes às bactérias, mas até mesmo com funções antibacterianas.
Os resultados mostram uma redução entre 75 e 80 por cento no desenvolvimento de bactérias, um melhoramento significativo em relação às fibras de bambu não- tratadas.
A proteção contra os raios ultravioleta também superou as especificações, apresentando um UPF (Ultraviolet Protection Factor) de 56, quando o valor considerado seguro é de 50. As fibras não-tratadas são altamente transparentes aos raios UV, que atravessam a roupa e incidem diretamente na pele.
Tecidos de fibras de bambu já são fabricados nos países asiáticos, com fama de serem leves, elásticos e duráveis. Isso, contudo, não tem sido suficiente para que eles ganhem uso mundial.
Uma das principais vantagens do bambu é que ele é mais ambientalmente correto do que as demais fibras. "Pesticidas e outros agentes são necessários para cultivar a maioria das outras fibras naturais. Não há nada parecido na produção do bambu," afirma Subhash Appidi, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, que desenvolveu a novo tratamento de fibras de bambu juntamente com seu colega Ajoy Sarkar.
Os cientistas estão fazendo testes com seus tecidos de bambu para certificá-los para o uso em hospitais. Eles esperam atingir uma redução de 99% nas bactérias em relação às fibras não-tratadas.
da Associated Press, em Boston
Imagine que você possa usar a sua camiseta para alimentar de energia o seu iPod ou outro tocador de MP3. Isso ficou mais próximo, cientistas anunciaram ter desenvolvido um modo de gerar eletricidade ao costurar pequenos fios especiais no pano. A idéia é que, no futuro, os tecidos possam produzir energia apenas ao serem amassados ou sofrerem a ação de uma brisa.
A pesquisa, publicada pela revista "Nature", combina a precisão da nanotecnologia com um princípio conhecido como efeito piezoeléctrico, segundo qual a eletricidade é gerada quando certos materiais são pressionados.Zhong Lin Wang segura um nanogerador composto por dois emaranhados de fibras; movimento do tecido gera energiaNa experiência, Zhong Lin Wang e outros cientistas do Georgia Institute of Technology cobriram fibras de tecido com nanofios feitos com óxido de zinco. Esses fios --alguns cobertos com ouro-- tinham apenas 50 nanometros de diâmetro: ou seja, eram 1.800 vezes mais finos que um cabelo humano.Com o movimento do tecido, uma parte das fibras raspava nos fios que foram recobertos com ouro. Como resultado da tensão e da pressão geradas, acaba surgindo uma carga piezoeléctrica que é capturada pelo ouro e pode alimentar um circuito.Um dos pontos altos da descoberta é o fato de não ser necessário fazer nenhum movimento incomum para gerar a energia. Apenas o ato de vestir uma roupa com esse tecido já produz eletricidade.
A estimativa é que um metro quadrado do tecido possa produzir cerca de 80 miliwatts de eletricidade, o suficiente para alimentar aparelhos como o iPod.
Entretanto, ainda há um obstáculo até que a tecnologia seja, de fato, implantada. Isso porque o óxido de zinco não é à prova de água.
Agora os cientistas têm de encontrar um modo de proteger os fios do tecido, como forma de evitar que, ao ser lavado ou passar por uma chuva, o material perca suas características.