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Designer e cientista africanos juntam para fazer moda antimalária
A modelo Sandy Mattei desfila com o modelo antimalária, durante um festival de moda na Universidade de Cornell.[Imagem: Mark Vorreuter]


Beleza útil
Um cientista e uma designer de moda, ambos africanos, juntaram seus talentos na luta contra malária, uma doença que se estima matar 655.000 pessoas por ano no continente.
Eles criaram uma roupa digna de um desfile de modas, que incorpora, em nível molecular, o inseticida para repelir os mosquitos infectados com a malária.
Aliás, a iniciativa só veio à tona depois que o modelito fez sucesso durante um desfile de modas, realizado nos EUA no final do mês de Abril.
Roupa repelente
Embora mosquiteiros tratados com inseticida sejam largamente distribuídos nos lares africanos para espantar os pernilongos, a nova peça de vestuário pode ser usada durante todo o dia, proporcionando proteção extra, já que o inseticida não se dissipa facilmente, como repelentes para a pele.
Além disso, a malha do tecido pode ser carregada com até três vezes mais inseticida do que o contido nas tramas dos mosquiteiros, que normalmente perdem o efeito após cerca de seis meses.
Isso foi possível graças ao uso de um material considerado estado-da-arte nananotecnologia, os MOFs, estruturas metal-orgânicas incrivelmente porosas, onde as moléculas do inseticida podem se alojar.
"As ligações inseticida-fibra do nosso tecido são muito difíceis de quebrar," disse Frederick Ochanda, natural do Quênia e atualmente estudando na Universidade Cornell. "As redes utilizadas hoje são apenas mergulhadas em uma solução, e não ligadas como no nosso tecido, e é por isso que elas perdem sua eficácia em pouco tempo."
Moda antimalária
O design do traje colorido com capuz coube a Matilda Ceesay, uma projetista de moda da mesma universidade, ela também vinda da África, mas do outro lado do continente, de Gâmbia.
A peça consiste de um traje tingido à mão em tons vibrantes de roxo, dourado e azul, e um capuz e uma capa contendo o repelente.
Ceesay e Ochanda afirmam esperar que sua iniciativa sirva como um protótipo para impulsionar novas tecnologias para combater a propagação da malária.
Ochanda disse que agora está trabalhando em um tecido que libera o repelente em resposta a mudanças na temperatura ou na luz - oferecendo usuários mais proteção à noite, quando os mosquitos estão mais ativos.
No mínimo, que esperam que a tecnologia possa ser aplicada para a fabricação de redes com proteção mais duradouras.

Foto: Nange Magro, divulgação
Já pensou em usar a força do pensamento para mudar de roupa? Seria perfeito, né?

A designer Nange Magro, mestranda em moda digital em Londres, decidiu levar a sério a ideia e criou o Mechapolypse, vestido que pode ser controlado pela mente, refletindo as sensações da pessoa que o usa.
Não dá para saber exatamente como a peça funciona, a estilista só explica que basta concentrar-se para que o vestido mude de cor, luzes acendam-se nele ou que a saia se mova no corpo. Para criar o modelito Nange misturou materiais orgânicos e eletrônicos.



O vestido de Aurora, inspirado na aurora boreal, é uma das peças mais representativas da coleção CuteCircuit Haute Couture. Feito com tafetá de seda e chiffon, o vestido possui LEDs e cristais Svarovski.



Site oficial: http://www.cutecircuit.com/collections/haute-couture/the-aurora-dress/



Madame Bruh é uma marca criada por Bruna Proença, 19 anos, como Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Design de Moda - CEUNSP. Suas peças reproduzem o universo futurista de TRON, utilizando tiras de LEDS.
Segue, abaixo, a entrevista que fiz que a estilista:


ALINE: Como surgiu a ideia de desenvolver peças de roupa tecnológicas? O que te levou a escolher a tecnologia LED?
BRUNA: Eu trabalho com criação de peças com design futurista. Foi então que eu me dei conta que o futurismo nas peças poderia aparecer além dos shapes e tecidos. Eu queria fazer algo que realmente pudesse ser tecnológico. Pensei em incluir amplificadores de som, fones de ouvido e outros pequenos gadgets nas roupas. Mas ainda não era o que eu esperava. Então saiu no cinema o filme da Disney Tron Legacy, e eu achei fantástico o novo design que eles tinham dado ao filme. Fui procurar na internet e vi que grande parte dos efeitos tinham sido feitos digitalmente, foi então que eu decidi que iria torná-los totalmente reais, e comecei a desenvolver o projeto da coleção de roupas com LED.

ALINE: É sua primeira experiência com roupas tecnológicas?
BRUNA: Sim. É a minha primeira de várias outras coleções tecnológicas que pretendo fazer, se eu tiver possibilidade.

ALINE: Como foi o processo de criação? Foi fácil encontrar os materiais necessários? Quais foram as dificuldades encontradas?
BRUNA: O processo de criação foi feito pensando em um método em que as fitas de LED pudessem ficar acopladas às peças de roupa, mas sem ficarem expostas. A partir dai iniciei um design nas roupas que incluíssem recortes que pudessem esconder as fitas de LED. Também tive que pensar no design para esconder a bateria e os fios nas peças.
Não foi fácil encontrar os materiais, pois as pessoas confundem com luzes de decoração natalina. Mas esses dois tipos de fita não tem qualquer relação. O LED tem outras propriedades e tem custo e durabilidade superiores. A maior dificuldade no processo de criação foi conseguir os materiais necessários, em voltagem, cor, espessura entre outras classificações, que pudessem ficar realmente ideais aplicados a uma peça de roupa, sem parecer uma peça robótica e inutilizável.

ALINE: As roupas são para comercialização? Se sim, como está sendo a receptividade do público?
BRUNA: Sim. As peças podem ser usadas e comercializadas. O objetivo da coleção não era apenas fazer peças com LED, mas sim fazer peças com LED usáveis. Existe uma dificuldade em montar essas peças, que talvez as tornem em algo próximo a uma "alta costura tecnológica", mas eu continuarei nesse projeto até quem sabe um dia, as roupas tecnológicas se tornem algo como um "fast fashion tecnológico". Esse é meu objetivo.
As peças da coleção ainda não estão a venda, pois existe uma certa publicidade que preciso realizar com elas, mas já temos compradores. As pessoas aceitaram essa tecnologia de uma maneira que eu nunca imaginei. Não são nerds, ou fashionistas, como era imaginado o público alvo antes. São eles também. Mas a maior parte das pessoas, não é tecnológica, são mães, pais, adolescentes que não tenham nenhuma referencia vanguarda, ou algo do tipo. Acho que isso me despertou para algo que eu não tinha visto quando rotulei o público alvo: tecnologia não tem faixa de idade, sexo ou nacionalidade. O publico alvo é muito maior do que esperamos que seja, e quem sabe um dia, poderemos ver esse tipo de segmento de roupa, como algo comum. Estarei lá, trabalhando para isso.


ALINE: Pretende desenvolver trabalhos futuros nessa área?
BRUNA: Pretendo sim. A nova linha de roupas com LED não será tão conceitual. Farei uma linha de roupas mais comercial e cada vez mais adaptável a nós e mais usável. Acho que existe um longo caminho pela frente, e eu estou disposta a percorrer.




Catalogo Madame Bruh - LED Fashion Collection (1)



A italiana Alice Ziccheddu é uma jovem estilista que trabalha para a marca de luxo nova-iorquina Devi Kroell. Living Clothes (roupas vivas) é sua primeira coleção no contexto da tecnologia fashion, campo da moda que utiliza recursos interativos e novos materiais na confecção de roupas e acessórios. A coleção foi feita a partir de um programa desenvolvido em parceria com as designers Carolina Travi e Barbara Martinazzi: um software desenvolvido especialmente para a modelagem tridimensional (3D). O resultado é a reprodução, no tecido, da geometria dos minerais rochosos. Uma das peças da coleção é uma jaqueta cinética. A jaqueta possui sensores que reagem às variações da luz ambiente e modificam sua forma no corpo de quem a veste. Ziccheddu desenvolveu esse projeto em torno da ideia da integração do corpo com a natureza e tecnologia.


Revista Select

Nos dias 27, 28 e 29 de Junho ocorrerá na UCS, em Caxias do Sul, o IV Simpósio Nacional de Moda e Tecnologia abordando temas importantes sobre moda. 
Painéis, conferências e palestras interessantíssimas fazem parte da programação do evento, com presenças internacionais de pessoas envolvidas no segmento.
Concomitantemente ao evento, haverá a 8 Maratona de Moda, com desfiles.

Veja a programação:

27 de junho de 2011 – segunda-feira
9h30min – Sessão de Abertura
Conferências: Moda e políticas culturais. CLÁUDIA LEITÃO – Secretária da Economia Criativa, Ministério da Cultura, Governo Federal
Estratégias para o desenvolvimento da cadeia têxtil e de confecção. FERNANDO PIMENTEL – Superintendente ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil
14h – Painel: Moda e ética
Criança como público-alvo. Lais Fontanelle Pereira – Instituto ALANA, SP
Moda, educação e cultura. Sergio Moacir da Rosa – Executivo da Dedeka, Caxias do Sul
Padrão de beleza: (des)equilíbrios. Rosita Esteves – UCS, Caxias do Sul
Mediação: Guadalupe Bolzani
16h – Painel: Dimensões do Design
Design e criação. Andrea Saltzman – Universidade de Buenos Aires Argentina (UBA)
Design e mercado. Fabiana Rodrigues* – Senai-Cetiqt, RJ
Design e sustentabilidade. Suzana Barreto Martins, UEL, Londrina
Design e tecnologia. Ângela Bálico e Thaís Neves – Sell-mac e Best Malhas – Shima Seiki, Brasil
Mediação: Cecília Milicich Seibel
18h30min – Conferência: Design e inovação para a sustentabilidade ambiental
CARLO VEZZOLI – Politécnico de Milão, Itália
Coordenação: Bernardete Suzin Venzon
8ª Maratona de Moda
20h30min -   Desfile dos trabalhos de conclusão do curso de Tecnologia em Design de Moda da UCS.
Tema: Efêmero

28 de junho de 2011 – terça-feira
10h – Painel: Intercâmbios acadêmicos e culturais
Senai Cetiqt Rio – Fabiana Rodrigues*
Universidade de Buenos Aires – Andrea Saltzman
LaSalle College – Lucy Delgado*, Colômbia
Universidade Estadual de Londrina – Suzana Barreto Martins
Universidade de Caxias do Sul – Adriana Ferreira Conte
Mediação: Luciane Stalivieri
14h – Painel: Moda e cultura
Figurino TV. Marilia Carneiro, figurinista da TV Globo, RJ
Figurino Teatro. Antonio Rabadan – FEEVALE, Novo Hamburgo, RS
Mediação. Henriette Metsavaht Cará – UCS
15h30min – Painel: Moda, sustentabilidade e inclusão social
ASAS – Aglomerado da Serra. Natacha Rena, FUMEC/MG*
FEEVALE – Marina Seibert Cezar*, Novo Hamburgo, RS.
UNIVENS – Nelsa Nespolo, Porto Alegre, RS.
UEL – Suzana Barreto Martins, Londrina, PR.
UCS – Ana Mery Sehbe De Carli, Caxias do Sul, RS
Polo de Moda da Serra Gaúcha e Banco do Vestuário – Gilda De Ross, Caxias do Sul, RS
Mediação: Douglas Pastori
18h30min – Conferência: Moda, emoção e vida – RONALDO FRAGA
Coordenação: Ana Mery Sehbe De Carli
8ª Maratona de Moda
20h30min -   Desfile: 23º Prêmio UCS/ SULTEXTIL. Tema: Efêmero

29 de junho de 2011 – quarta-feira
10h – Painel: Moda e qualificação acadêmica
Adriana Ferreira Conte, Leda Stumpf Brehm, Daiane Pletsch Heinrich, Roberta Weind, Ana Regina Bender
Mediação: Marilize Zago
14h – Painel: Moda, corpo e tecnologia
Universidade Anhembi Morumbi, SP: Geraldo Lima
USP – Universidade de São Paulo, SP: Suzana Avelar
UCS – Universidade de Caxias do Sul: Ana Mery Sehbe De Carli
Mediação: Aldo Zat
15h30min – Painel: Sustentabilidade e identidade regional
Identidade e inovação. Lucy Delgado – LaSalle College, Colômbia
Identidade da Serra Gaúcha. Bernardete Suzin Venzon e Mercedes L. Manfredini – UCS
17h – Painel: Tecnologias para o setor têxtil
Case Tecnologia na confecção. Index Jeans, Erechim, RS*
Case: Processos enzimáticos e de beneficiamento para têxteis, Novozymes, PR*
Case Tecnologia da informação. Jonas Englert – Audaces IDEA, SC
Mediação: Janete Jung
18h30min – Conferência: Moda é política, economia e cultura – CAROL GARCIA
Coordenação: Adriane Ferreira Conte

8ª Maratona de Moda
20h30min -   Desfile com materiais alternativos. Tema: “Eu não sou o quê você pensa”
Disciplina Laboratório de criatividade curso de Tecnologia em Design de Moda da UCS


por Renata Reps, do http://blogs.estadao.com.br/moda/tag/computadores-vestiveis/

Sonhar com objetos futurísticos e possibilidades mágicas faz parte do nosso imaginário coletivo desde pequenininhos. Quem nunca delirou ao assistir ao desenho Os Jetsons, com seus carros voadores e esteiras rolantes, ou se empolgou ao ver filmes como Inteligência Artificial (2001), em que os seres humanos se tornam totalmente dependentes dos robôs? As crianças têm mais criatividade para imaginar roupas que ficam transparentes ou que se transformam em ouro muito brilhante. Mas, em algum lugar por aí, esse tipo de fantasia está mais próximo de virar realidade do que imaginamos.
Se você nunca ouviu falar de ‘computadores vestíveis’ e ‘roupas interativas’ não precisa se sentir mal. Afinal de contas, há poucos laboratórios no mundo que se dedicam a pesquisar tecnologia de ponta aplicada à moda. Um deles é o Xs Labs, no Canadá, coordenado pela pesquisadora e artista Joanna Berzowsza. A designer esteve em São Paulo na semana passada para participar do Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, promovido pela Universidade Anhembi-Morumbi.

Diante de uma plateia de estudantes de Design e entusiastas de moda, Joanna falou sobre tecidos que se transformam, roupas que acendem, estampas que mudam de cor e um tipo de moda que ainda não chegou às passarelas – e muito menos às lojas. Algo que se assemelha muito aos nossos sonhos infantis, mas que já está acontecendo ainda em níveis  incipientes. “Quando a gente ouve falar de novas tecnologias, primeiro as chama de mágica. Depois que elas se tornam comuns, ganham nomes e viram parte de nosso cotidiano”, acredita Joanna.
Assim são os tecidos que se movem pelo corpo, como se fizessem uma coreografia; vestidos que são sensíveis ao toque e se aquecem ou mudam de cor quando em contato com a pele humana; broches que gravam informações sobre tudo o que você fez no dia e que podem servir até como guia para o seu médico; estampas que mudam de cor e formato ao longo do dia e por aí vai. São apenas alguns exemplos do tipo de futurismo de que estamos falando.
Imagine só ir até a loja Prada, comprar o software que lhe oferece a estampa mais sensacional da semana e tê-la automaticamente transposta à sua roupa? Como em toda esta pesquisa a realidade se mistura muito ao imaginário, o Moda conversou com a professora Joanna para entender um pouco melhor quão próximos estamos de ter acesso a esse tipo de produto.
P | Você acha que essas inovações tecnológicas na moda vão, de fato, chegar às lojas? Em quanto tempo?
R | Eu as vejo aparecerem em desfiles de moda, onde nem tudo que é apresentado é de fato comercializado. Então, mais imediatamente, eu vejo as inovações chegando em shows performáticos. Muitos artistas nos EUA já usam artifícios eletrônicos em suas roupas, como Katy Perry, Lady Gaga e Kanye West. Há dez anos, a GAP tentou vender casacos de frio que vinham com headphones integrados nos capuzes. Existem vários exemplos na área de fitness em empresas como a Nike, com tênis que medem quanto você está correndo, que são conectados com o seu Ipod. As implicações imediatas são mais comuns neste setor e menos na moda. Existem algumas razões para isso. Ainda não há uma legislação de segurança adequada para equipar as roupas com artifícios eletrônicos e ainda não se pode simplesmente colocar equipamentos eletrônicos em roupas produzidas em série. Como é uma teconologia muito cara, as marcas ainda não querem investir nisso.
P | Mas mudanças de forma e de cor nas roupas já podem ser vistas em algum lugar?
R |
Sim, você as encontra, por exemplo, em alguns desfiles da Victoria’s Secret, mas quando você vai à loja da grife, compra os sutiãs tradicionais. E eu também acho que, para fazer produtos em grande escala, existe um problema do tempo de desenvolvimento. As coisas na moda acontecem muito rapidamente: do conceito inicial você passa aos protótipos, depois, faz algumas peças e, em seguida, já passa à produção. É muito rápido. Produtos eletrônicos demoram muito mais para serem desenvolvidos e produzidos. Esses dois tempos não são equivalentes. Então, quando uma peça de roupa é criada, ainda não há artefatos eletrônicos que se adequem ao modelo. Daí acaba havendo um descompasso, um erro de timing.
P | Então, nem tão cedo será possível ver essas criações nas lojas?
R |
Acho que exemplos pequenos já existem, mas, mesmo no futuro, sempre será um nicho especializado, como uma “alta-costura tecnológica”. Porque nunca chegará a ser muito barato, então será um público mais restrito.
P | Na sua opinião, qual é a razão de ser das roupas que, por exemplo, acendem? Para que elas de fato vão servir?
R | Em dois anos de pesquisa, eu ainda não consegui encontrar uma fibra que se ilumine e não pareça um gadget. Tudo que a gente fez ainda está nesse nível, é difícil criar algo mais sofisticado, que não seja “olha, ele acende! Olha, agora não acende mais”. E não é só por causa do design, mas da aceitação cultural da luz. Nós vemos a luz como algo funcional, que seja sinal de perigo ou de atenção; eletronicamente, significa que algo funciona ou não funciona; ou é empregada em performances, danças etc. Eu acho que ainda não desenvolvemos um vocabulário para o uso da luz como temos para as cores, materiais ou formas. Então, ainda não sabemos o que fazer com ela. Quando criamos algo que acende, ainda parece um gadget. Mas, acho que, quanto mais tivermos esses novos tecidos e tecnologias, mais seremos capazes de desenvolver um vocabulário mais complexo sobre o uso de luz na moda.
P | Quais são as principais dificuldades que você destaca durante o seu processo de fabricação de computadores vestíveis?
R |
Há tantas dificuldades… tanto legais quanto técnicas e de produção. Mas uma dificuldade central que não aparece muito em discussões sobre o assunto é exatamente o design. É difícil surgirem opções interessantes de estilo para as peças. E o mundo da moda não está de fato interessado em alta tecnologia ainda. Moda trata do efêmero, de materiais nobres, e não luzes e artefatos eletrônicos. É quase como se essas duas filosofias fossem uma contra a outra. Então, como fazer um bom design com esses materiais? Ainda somos estudantes primários nessa área, fazendo as coisas óbvias e básicas. Todo mundo pensa em peças semelhantes, roupas que piscam quando a gente as abraça, projetos ainda muito incipientes. Ainda precisamos errar muito nos artefatos para a expertise de estilo surgir. Ainda não chegamos a esta fase.
P | E os estilistas não podem ajudar neste processo?
R | Não, eles também não sabem o que fazer, já trabalhei com alguns que lançaram coleções e queriam um contato com novas tecnologias, mas é muito difícil explicar como elas funcionam, como integrar a técnica ao vocabulário deles. Precisamos de uma nova geração de estilistas que cresçam em contato com a tecnologia.
P | Quando você pensa no futuro, qual dessas tecnologias lhe parece mais propícia a ser integrada ao streetwear?
R |
Acho que terá a ver com mídias sociais. Roupas que passem mensagens de status. Especialmente quando falamos em gerações futuras, pessoas que estarão mais acostumadas a esse tipo de tecnologia. Talvez uma conectividade com o Facebook: por exemplo, a camiseta vai ficar mais brilhante se a pessoa tiver mais amigos, ou se alguém adicioná-la, acho que isso vai fazer mais sentido. Empresas como a Philips já estão patenteando ideias nesta direção. Redes sociais irão emergir de uma interação que já acontece por meio das roupas, em parceria com aplicativos de Internet, celular etc. Imagino este como um bom ponto de convergência de mídias e como produto a curto prazo. Mesmo que seja uma pequena luzinha que pisca quando alguém lhe cutuca no facebook, qualquer coisa. Aplicações sociais serão mais importantes do que tudo porque nós precisamos delas. Uma mudança na forma da roupa sem propósito é menos necessária, mas se o seu namorado quer lhe mandar uma mensagem e a sua roupa vibra, aí, sim, gera-se uma integração social. Isso é algo que realmente pode vender.
A moda tecnológica ainda vai demorar muito mais para chegar ao Brasil. Por aqui, as pesquisas estão em fase embrionária e destacam-se nas mãos de duas professoras, Rachel Zuanon e Luisa Paraguai, que pretendem formar um grupo de estudos dentro da área para dar um gás nesta pesquisa. Mas até preencher os balõezinhos de sonho de nossas fashion weeks com shows de luzes e tecidos que se deslocam pelo corpo e mudam de cor, ainda vai demorar um tempão. Esperamos, ansiosos!



Vocês acham difícil transportar seus celulares? Mesmo que eles estão cada vez menores e compactos, fica um pouco difícil pensar em uma roupa com bolso para transportar nosso pequeno gadget. Pensando neste conceito o site de venda de roupas CuteCircuit´s resolveu lançar um vestido com celular embutido.
Isto mesmo, não se trata de um protótipo ou um mero conceito, já que o site diz que o vestido logo mais estará à venda. A peça foi criada em conjunto pela estilista Francesca Rosella e o antropólogo Ryan Genz.
Como você pode ver na imagem o vestido é o pretinho básico mas com uma diferença na ponta de uma das mangas. Ele consegue atender chamadas quando a pessoa leva as mãos junto a cabeça e às encerra quando a pose é voltada ao normal. A antena ja vem embutida no tecido e é possível inserir seu cartão SIM embaixo da etiqueta para que ele fique com seu número usual, o site não especifica se é possível realizar ligações com o vestido.
A idéia é genial, já que o celular fica “escondido” na manga, não é?

Imagine você se as suas roupas pudessem recarregar seus gadgets. Era só colocar seu celular no bolso e pronto, já estaria recarregando. Pois talvez essa realidade nao esteja muito distante - em um congresso nos EUA foi apresentado um projeto de baterias high-tech feitas de vírus, o que permitiria substituir as pesadas baterias de lítio-íon de hoje por materiais super leves, que poderiam ser tecidos em roupas. O vírus utilizado é inofensivo para humanos, e poderia ser embutidos em uniformes militares, diminuindo o peso total carregado pelos soldados, tornando smartphones, GPSs e rádios bem mais leves. A notícia é do PSFK.

Fonte

Moléculas de calças jeans aumentam eficiência de células solares

Moléculas usadas em corantes de calças jeans e de tintas de canetas são perfeitas para a fabricação de uma estrutura capaz de tornar as células solares mais baratas, mais flexíveis e mais versáteis.
A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, acaba de ser publicada na revista Nature Chemistry.
Os cientistas desenvolveram um processo para organizar os corantes orgânicos em estruturas porosas que poderão ser a base de células solares mais eficientes e totalmente flexíveis.
quEstrutura Orgânica Covalente
O processo desenvolvido pela equipe do professor William Dichtel usa moléculas orgânicas usadas como corantes montadas na forma de uma estrutura conhecida como Estrutura Orgânica Covalente, ou COF (Covalent Organic Framework).
Os materiais orgânicos - à base de carbono - há muito são considerados fortes candidatos para a criação de células solares flexíveis e de baixo custo. Mas têm-se revelado muito difícil organizar essas moléculas orgânicas em estruturas bem ordenadas, de forma a maximizar seu desempenho fotoelétrico.
A nova estratégia utiliza um catalisador ácido e moléculas relativamente estáveis, chamadas catecóis, para montar as moléculas orgânicas básicas da célula solar em uma trama bidimensional cuidadosamente ordenada.
Essas folhas são então empilhadas umas sobre as outras, formando uma rede de caminhos por onde as cargas elétricas podem viajar através do material.
Corantes industriais
A reação utilizada é reversível, permitindo que erros no processo sejam corrigidos para fazer um material de alta qualidade. O resultado final é uma estrutura com grande área superficial que mantém sua ordenação molecular precisa e previsível ao longo de grandes áreas.
No coração dessa nova estrutura estão moléculas chamadas ftalocianinas, uma classe de corantes industriais largamente utilizados em produtos como calças jeans e tintas para canetas.
As ftalocianinas são estruturalmente muito parecidas com a clorofila, o composto vegetal que absorve a luz do Sol durante a fotossíntese - o composto natural absorve praticamente todo o espectro solar, uma propriedade muito rara para um único material orgânico.
"Na maioria dos materiais orgânicos usados em eletrônica há uma combinação de designs para fazer com que eles funcionem bem, e há um forte elemento de sorte [em sua estruturação]," explica o Dr. Dichtel. "Nós estamos tentando eliminar esse elemento de sorte o máximo que pudermos."
Células solares orgânicas
A Estrutura Orgânica Covalente (COF) por si só não é uma célula solar ainda
Agora a estrutura, mais precisamente os poros no interior da rede molecular orgânica, precisam ser preenchidos com outro material orgânico, aí sim, formando uma célula solar orgânica eficiente e fácil de fabricar.
O próximo passo da pesquisa é desenvolver uma técnica para fazer com que esse material adicional preencha adequadamente os poros da estrutura COF.
O novo processo representa um modelo que amplia consideravelmente a forma de utilização dos materiais orgânicos em células solares.
"Nós também esperamos tirar vantagem de sua precisão estrutural para responder questões científicas fundamentais sobre o movimento dos elétrons através dos materiais orgânicos," diz Dichtel.

Cientistas criam fibras que produzem e detectam sons

Yoel Fink, pesquisador do MIT, nos Estados Unidos, afirma que as fibras têxteis e até mesmo as fibras ópticas são muito úteis, mas são passivas demais.
Para ele, fibras têm que ter fibra de verdade, e serem capazes de fazer algo de forma ativa: interagir com seu ambiente, por exemplo.
Depois de 10 anos de pesquisas, parece que ele e seus colegas começaram a ter sucesso em sua empreitada: eles acabam de anunciar a criação de fibras capazes de detectar e produzir som.
As fibras poderão ser usadas na fabricação de roupas que funcionem como microfones ultra sensíveis, seja para capturar as vozes ou o som ambiente ou para monitorar as funções fisiológicas do usuário.
 Fibra microfone
As novas fibras, um misto de microfone e alto-falante em forma de fios, poderão ser usadas na fabricação de roupas que funcionem como microfones ultra sensíveis, seja para capturar as vozes ou o som ambiente ou para monitorar as funções fisiológicas do usuário.
Outras aplicações possíveis incluem minúsculos filamentos capazes de medir o fluxo sanguíneo nos capilares ou a pressão no cérebro.
As fibras ópticas são feitas a partir de um cilindro de quartzo ultra puro, que é aquecido e puxado pelas pontas, ficando tão finas que se tornam flexíveis.
Já as fibras desenvolvidas no laboratório de Fink derivam sua funcionalidade de um elaborado arranjo geométrico de vários materiais diferentes, que devem sobreviver a todo esse processo de aquecimento e puxamento.
Plástico piezoelétrico
O coração das novas fibras acústicas é o mesmo plástico usado em microfones. Variando o conteúdo de flúor nesse plástico, os pesquisadores conseguiram fazer com que os átomos de flúor se alinhassem de um lado e os átomos de hidrogênio do outro - mesmo durante o aquecimento e o puxamento, que transforma o material bruto em fibra.
É essa assimetria das moléculas que torna o plástico "piezoelétrico", ou seja, ele muda de forma quando é sujeito a um campo elétrico, ou gera um campo elétrico quando é submetido a um esforço mecânico.
Cientistas criam fibras que produzem e detectam sons
Depois do puxamento, com a fibra já pronta, ainda é necessário alinhar todas as moléculas piezoelétricas na mesma direção.
Em um microfone piezoelétrico convencional, o campo elétrico é gerado por eletrodos metálicos. Mas em um microfone de fibra, o processo de puxamento estica também os eletrodos, fazendo-os perder sua forma e sua função.
Os pesquisadores resolveram o problema usando um plástico condutor à base de grafite. Quando aquecido, o plástico condutor mantém uma viscosidade mais elevada - ele permanece como um líquido mais espesso - do que ocorre com o metal.
Depois do puxamento, com a fibra já pronta, ainda é necessário alinhar todas as moléculas piezoelétricas na mesma direção. Isso é feito com a aplicação de um campo elétrico extremamente forte - 20 vezes mais potente do que os campos que geram os raios durante uma tempestade.
Fibras cantoras
Apesar do delicado equilíbrio exigido pelo processo de fabricação, os pesquisadores foram capazes de construir fibras funcionais em laboratório.
"Você pode realmente ouvir essas fibras," comenta Noémie Chocat, coautora da pesquisa. "Se você conectá-las a uma fonte de alimentação e aplicar uma corrente sinusoidal" - corrente alternada com um período muito regular - "elas vibram. E se você as faz vibrar em frequências audíveis e colocá-las próximo ao ouvido, você pode realmente ouvir diferentes notas e sons saindo delas."
Além microfones de vestir e sensores biológicos, as fibras poderão ser usadas em redes para o monitoramento do fluxo de água no oceano e sistemas de imageamento de grande abertura com resoluções muito mais elevadas - um tecido feito com as fibras acústicas equivale a milhões de minúsculos sensores acústicos.
E o mesmo mecanismo que permite que os dispositivos piezelétricos convertam eletricidade em movimento pode funcionar em sentido inverso. Se você esticar, torcer ou dobrar o tecido feito com fibras acústicas, ele irá produzir energia, ampliando o leque possível para sua aplicação nos tecidos inteligentes.