Quando a empresa holandesa Philips divulgou, no ano passado, que havia conseguido desenvolver tecidos luminosos, os seus engenheiros certamente não imaginavam o alcance que a descoberta poderia ter em tão curto espaço de tempo.
Os tecidos luminosos foram construídos com a idéia de transformar roupas e acessórios em telas, que podem mostrar mensagens ou simplesmente mudar de cor, ao gosto do usuário. Elas permitem, por exemplo, que uma toalha de mesa mostra à dona de casa a receita do bolo que ela está fazendo.
Para manter a textura natural das roupas, a Philips montou seus LEDs flexíveis em um substrato feito inteiramente de tecido, desenvolvido pelo instituto de pesquisas têxteis TITV Greiz, também da Holanda.
Sobre o substrato de tecido foram montadas matrizes RGB de LEDs ultra-compactos. Como o tecido naturalmente difunde a luz, os LEDs coloridos parecem ser muito maiores do que são na verdade, ampliando o efeito de luminosidade.
Inesperado
Quando ouviu falar dos tecidos fotônicos, Philomeen Engels, estudante da Universidade Delft, Holanda, viu neles a oportunidade de melhorar muito sua própria qualidade de vida e até mesmo de salvar a vida - sua e de várias outras pessoas, portadoras da raríssima síndrome de Crigler-Najjar.
Pessoas com síndrome de Crigler-Najjar não possuem uma enzima que quebra a bilirrubina, levando a uma doença chamada icterícia. Embora esse seja um problema muito comum e facilmente tratável em recém-nascidos, em adultos ele pode levar à morte.
Para manter a quantidade de bilurrubina em um nível aceitável, a pele deve ser exposta diariamente a uma tonalidade específica de luz azul - em alguns casos essa exposição deve ser de até duas horas diárias.
Agora, graças ao trabalho de Engels e dos tecidos fotônicos da Philips, ao invés de ficarem deitados longas horas sob as luzes azuis, atrapalhando o seu dia-a-dia normal, os portadores da síndrome de Crigler-Najjar poderão simplesmente dormir usando um pijama, travesseiro ou mesmo um saco-de-dormir construído com o tecido luminoso. Ou mesmo irà escola ou ao trabalho usando uma vistosa e super "high-tech" roupa azul.
Antes de poder ser vendida para tratamento de doenças, entretanto, a nova roupa deverá passar por testes clínicos e ser aprovada pelos órgãos de saúde. Não há ainda previsão para a liberação de seu uso. Mas as perspectivas são otimistas: "Outros tipos de LEDs podem tratar a psoríase," diz Engels.


FONTE: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010110060502