Madame Bruh é uma marca criada por Bruna Proença, 19 anos, como Trabalho de Conclusão de Curso do curso de Design de Moda - CEUNSP. Suas peças reproduzem o universo futurista de TRON, utilizando tiras de LEDS.
Segue, abaixo, a entrevista que fiz que a estilista:


ALINE: Como surgiu a ideia de desenvolver peças de roupa tecnológicas? O que te levou a escolher a tecnologia LED?
BRUNA: Eu trabalho com criação de peças com design futurista. Foi então que eu me dei conta que o futurismo nas peças poderia aparecer além dos shapes e tecidos. Eu queria fazer algo que realmente pudesse ser tecnológico. Pensei em incluir amplificadores de som, fones de ouvido e outros pequenos gadgets nas roupas. Mas ainda não era o que eu esperava. Então saiu no cinema o filme da Disney Tron Legacy, e eu achei fantástico o novo design que eles tinham dado ao filme. Fui procurar na internet e vi que grande parte dos efeitos tinham sido feitos digitalmente, foi então que eu decidi que iria torná-los totalmente reais, e comecei a desenvolver o projeto da coleção de roupas com LED.

ALINE: É sua primeira experiência com roupas tecnológicas?
BRUNA: Sim. É a minha primeira de várias outras coleções tecnológicas que pretendo fazer, se eu tiver possibilidade.

ALINE: Como foi o processo de criação? Foi fácil encontrar os materiais necessários? Quais foram as dificuldades encontradas?
BRUNA: O processo de criação foi feito pensando em um método em que as fitas de LED pudessem ficar acopladas às peças de roupa, mas sem ficarem expostas. A partir dai iniciei um design nas roupas que incluíssem recortes que pudessem esconder as fitas de LED. Também tive que pensar no design para esconder a bateria e os fios nas peças.
Não foi fácil encontrar os materiais, pois as pessoas confundem com luzes de decoração natalina. Mas esses dois tipos de fita não tem qualquer relação. O LED tem outras propriedades e tem custo e durabilidade superiores. A maior dificuldade no processo de criação foi conseguir os materiais necessários, em voltagem, cor, espessura entre outras classificações, que pudessem ficar realmente ideais aplicados a uma peça de roupa, sem parecer uma peça robótica e inutilizável.

ALINE: As roupas são para comercialização? Se sim, como está sendo a receptividade do público?
BRUNA: Sim. As peças podem ser usadas e comercializadas. O objetivo da coleção não era apenas fazer peças com LED, mas sim fazer peças com LED usáveis. Existe uma dificuldade em montar essas peças, que talvez as tornem em algo próximo a uma "alta costura tecnológica", mas eu continuarei nesse projeto até quem sabe um dia, as roupas tecnológicas se tornem algo como um "fast fashion tecnológico". Esse é meu objetivo.
As peças da coleção ainda não estão a venda, pois existe uma certa publicidade que preciso realizar com elas, mas já temos compradores. As pessoas aceitaram essa tecnologia de uma maneira que eu nunca imaginei. Não são nerds, ou fashionistas, como era imaginado o público alvo antes. São eles também. Mas a maior parte das pessoas, não é tecnológica, são mães, pais, adolescentes que não tenham nenhuma referencia vanguarda, ou algo do tipo. Acho que isso me despertou para algo que eu não tinha visto quando rotulei o público alvo: tecnologia não tem faixa de idade, sexo ou nacionalidade. O publico alvo é muito maior do que esperamos que seja, e quem sabe um dia, poderemos ver esse tipo de segmento de roupa, como algo comum. Estarei lá, trabalhando para isso.


ALINE: Pretende desenvolver trabalhos futuros nessa área?
BRUNA: Pretendo sim. A nova linha de roupas com LED não será tão conceitual. Farei uma linha de roupas mais comercial e cada vez mais adaptável a nós e mais usável. Acho que existe um longo caminho pela frente, e eu estou disposta a percorrer.




Catalogo Madame Bruh - LED Fashion Collection (1)